terça-feira, dezembro 4

Há 100 anos


Passa hoje o centenário do nascimento do meu Pai. Curiosamente, porque tinham um ano de diferença, faria 99 anos a minha Mãe se fosse viva.

Estejam onde estiverem, sabem que, por razões poderosas, não tenho tido tempo para dar continuidade à homenagem que estou a prestar ao meu progenitor. Razões que lhes causariam orgulho se esse sentimento fosse consentido no etéreo local onde desejo que estejam. De qualquer modo, espero poder prosseguir nesse empenho depois do mês de Março do próximo ano.

Os aniversários passam, mas a saudade não se esvai.
Foi junto a Eles que aprendi as bases fundamentais que estruturam todos os meus comportamentos. Gostaria de passar intacto, aos meus filhos, o testemunho que dos meus Pais recebi. O tempo dirá se fui capaz dessa empresa difícil, mas sublime.

Como num filme de longa-metragem, que se visiona num instante, lembro o meu Pai e a minha Mãe. Recordo-os como eles eram em novos e, depois, em mais velhos; é sempre uma doce e suave lembrança que me assalta e com ela vou, também eu, envelhecendo, olhando para os meus netos e sentindo-os uma continuidade que vem de muito longe. E, se para os meus filhos me sinto um homem na encosta descendente da Vida, ao recordar os meus Pais vejo-me ainda menino, pronto para iniciar os caminhos do Futuro.
São muito estranhos os sentimentos que nos atravessam a mente e nos dão consciência de nós mesmos!